Inteligência Artificial como ferramenta auxiliar nos cuidados de Saúde
Por Seráfico Pereira Cabral Júnior
Na elaboração do relatório “To Err is Human” do Institute of Medicine dos EUA, publicado em 2000, um grupo de especialistas discutiu os principais componentes do sistema de saúde que podem conduzir a eventos adversos, sendo que alguns destacam-se como frequentes e potencialmente fatais.
O comitê de qualidade desse instituto estimou que 98 mil pacientes morriam anualmente em decorrência de erros associados à assistência de saúde.
O relatório quebrou o silêncio e mostrou que mais pessoas morriam anualmente por erros associados à assistência de saúde que em acidentes de trânsito, câncer de mama ou aids. Acrescente o custo financeiro a essa tragédia humana e isso facilmente ascenderá ao topo dos problemas de saúde pública.
A eficácia de um novo fármaco ou a eficiência de um tratamento pode ser aumentada pelo uso de algoritmos de inteligência artificial
Em vez de responsabilizar os profissionais de saúde envolvidos em erros, o comitê de qualidade propõe alterações dos processos associados a desfechos indesejáveis. Afinal, errar é humano!
Uma agenda para alterar esses processos e então reduzir erros e melhorar a segurança do paciente e também do sistema de saúde vem sendo implementados globalmente. A padronização e otimização dos processos reduziu os erros das pessoas, mas como o conceito moderno de gestão contempla o tripé: pessoas, processos e tecnologia, percebemos que a contribuição da tecnologia ainda não permeia as soluções de gestão em saúde de forma impactante.
Conectar pessoas, processos e tecnologia através de ferramentas de gerenciamento de processos pode agregar profundos benefícios à gestão hospitalar. A inteligência artificial na área da saúde se refere ao uso de algoritmos complexos projetados para realizar certas tarefas de forma automatizada.
As aplicações da Inteligência Artificial na área da saúde são infinitas. Isso nós sabemos. Também sabemos que apenas arranhamos a superfície do que a IA pode fazer pela saúde. O que é incrível e assustador ao mesmo tempo.
No nível mais alto, aqui estão algumas das aplicações tecnológicas atuais de IA na saúde que você deve conhecer. Diagnóstico: O uso da inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico aplicado em exames radiológicos como mamografias, tomografias e ressonância magnéticas já é uma realidade. A ferramenta IA processa diferentes exames radiológicos semelhantes, em um imenso banco de dados mundial, comparando os resultados com as imagens apresentadas no teste do paciente.
Assim, o protocolo utilizado para gerar as imagens pode ser alterado em função de bilhares de casos semelhantes e desta forma há como tornar os diagnósticos ainda mais precoces e precisos. Tratamento: A eficácia de um novo fármaco ou a eficiência de um tratamento pode ser aumentada pelo uso de algoritmos de inteligência artificial. Utilizando base de dados, pode-se fazer infinitas correlações antropométricas, clinicas e epidemiológicas e desta forma descobrir os casos com melhores desfechos e assim propor uma terapêutica mais assertiva. Imaginem que esquemas de quimioterápicos podem ser guiados por um banco de dados imenso que possibilita revisar, interpretar, correlacionar e comparar resultados. Como pode-se perceber, nenhuma das tecnologias mencionadas substitui a atuação do médico. Pelo contrário, elas apenas contribuem para decisões mais assertivas. A medicina vive, então, um momento disruptivo da sua história com a integração de ferramentas de Inteligência Artificial no aprimoramento dos seus processos incluindo até a prática médica. E esse é só o início dessa jornada. E então, o que achou sobre o uso da Inteligência Artificial na Medicina? Acredita que essa mudança possa impactar na sua saúde?
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